19/08/2009

Quem viver verá


Após 15 anos de existência, o Brian Oblivion e seus raios catódicos finalmente irá gravar um EP, ou alguma coisa do tipo.
Foram muitos anos de sexo, drogas, rock'n'roll, surubas regadas a álcool e maconha, e agora decidimos deixar de lado a vida de degenerados. Como rito de passagem, nada melhor do que apresentar oficialmente não só à comunidade maringaense, mas também para o mundo todo, um material que demonstre a nova fase da banda. Iniciaremos as gravações neste ano de 2009 e pretendemos apresentar-lhes um material com 7 brilhantes composições até meados de 2014. Mas, enquanto a Copa do Mundo de Futebol no Brasil não chega, deliciem-se com uma música que irá compor o nosso primeiro álbum.

Um abraço dos raios catódicos para todos os nossos fãs.
Estamos tão ansiosos quanto vocês.

05/06/2009

Agradeça ao otorrinolaringologista



Meus desenhos/esboços já são péssimos e esse blog fode ainda mais com eles.

25/02/2009

remanejamento do conceito




Mas, “Quase Bartleby”? Por quê? O que exatamente vem a ser um bartleby? Já que Enrique Vila-Matas precisou escrever um pequeno romance em forma de diário para conseguir explicar este conceito, eu não ousaria tentar fazer o mesmo aqui, em um blog. Também não pretendo escrever uma resenha sobre o livro de Vila-Matas, mas para responder essa questão será necessário fazer um comentário breve sobre a obra, devido à competência do autor neste assunto. Como, infelizmente, fui “adestrado” a escrever de uma forma acadêmica, o texto provavelmente vai começar a ficar chato e desinteressante. Sendo assim, sugiro que, caso o tema ainda desperte alguma curiosidade, passem a ler os dois últimos parágrafos.

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Para os remanescentes, o livro supracitado se chama “Bartleby e companhia”. É narrado em primeira pessoa e apresenta uma personagem que, após um trauma, renunciou suas pretensões na arte literária. Mesmo se declarando inapto para produzir algo interessante com a linguagem escrita, a personagem ainda escreve em seu diário, que prefere defini-lo como “um caderno de notas de roda pé”. Essa definição para seu diário pode parecer que a personagem é pouco ambiciosa em suas divagações, porém, se enganará quem estiver pensando dessa forma. Seu objetivo é claro e nada modesto: rastrear bartlebys.

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Vemos que essas poucas linhas não ajudaram a esclarecer absolutamente nada, e a pergunta ainda persiste. Mas, afinal, o que é um bartleby? Antes de qualquer coisa, é preciso dizer quem é Bartleby. Em poucas palavras, Bartleby é o copista de um dos contos de Herman Melville. Ele não lê absolutamente nada, nem sequer um jornal. Não bebe cerveja, chá ou café. Passa todos os dias, inclusive os domingos, em um escritório. Nunca viajou, nunca disse de onde veio ou se possui parentes. Quando lhe pedem que fale sobre si ou lhe requisitam para realizar alguma tarefa, a resposta do copista é sempre “eu preferiria não fazer”. Bartleby levou tão a sério essa profunda negação do mundo que preferiu não comer e morreu de fome.

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Voltando a obra de Vila-Matas, sua personagem tenta rastrear escritores com a síndrome de Bartleby, ou melhor, escritores que negaram, em algum momento, o ato de escrever. Mas como meu objetivo não é fazer uma resenha da obra de Vila-Matas nem tão pouco do conto de Melville, vou parar com essa narrativa fastidiosa e tentarei explicar de uma vez por todas o que se entende por um bartleby.

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Bem, assim como o autor de “Bartleby e companhia”, não vamos levar às últimas conseqüências a negação do copista de Melville (se assim fosse, esse blog nem existiria), mas vamos nos basear em sua obra para definir o conceito. Mas não pensem que aqui vamos escrever sobre o não escrever, porque fazer isso ainda sim é escrever. E mesmo se fossemos escrever sobre o não escrever, estaríamos reescrevendo sobre esse assunto, uma vez que Vila-Matas já o fez.

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Para ser um bartleby é preciso possuir “… a pulsão negativa ou a atração pelo nada que faz com que certos criadores, mesmo tendo consciência literária muito exigente (ou precisamente por isso), nunca cheguem a escrever; ou então escrevem um ou dois livros e depois renunciem à escrita; ou, ainda, após retomarem sem problemas uma obra em andamento, fiquem, um dia, literalmente paralisados para sempre”.

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O blog se chama “Quase Bartleby” porque a proposta é apresentar, na medida do possível, alguns textos (sobre assuntos aleatórios). Ou seja, não desejo definitivamente renunciar a escrita, sobretudo porque para parar de escrever é preciso um dia começar. Por isso optei por usar a palavra “quase”, pois, apesar de estar começando, já sinto uma leve inclinação por parar. Mas o que verdadeiramente me moveu a criar um blog não foi perceber que, para um ponto final, é preciso necessariamente estabelecer um ponto inicial, mas sim foi perceber blogs de pessoas não muito perspicazes escrevendo coisas até que astuciosas. E mesmo sabendo que, além disso, também não sou talentoso com a escrita, resolvi tentar. Prometo escrever textos menores e, assim como Bartleby, não falarei sobre mim. Afinal, depois de ler alguns blogs percebi que não há coisa mais entediante do que ficar falando sobre si mesmo.